Em 2024, 25 mulheres tiveram suas vidas interrompidas na Paraíba. Eram irmãs, mães, filhas e amigas. Elas foram assassinadas simplesmente por serem mulheres. Os dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública indicam que cerca de duas mulheres foram vítimas de feminicídio por mês no estado, expondo uma realidade dolorosa que exige atenção e ação urgente.
Uma Década de Lágrimas e Luta
Nos últimos dez anos, 289 feminicídios foram registrados na Paraíba. Desde 2015, quando o feminicídio foi reconhecido como crime hediondo pela Lei nº 13.104, as histórias de vidas interrompidas acumulam-se em um cenário que ainda pede justiça.
Entre 2019 e 2020, os anos mais violentos, 36 e 35 feminicídios foram registrados, respectivamente. Mesmo com a leve queda em 2024 em relação a 2023, quando 34 casos foram contabilizados, cada uma dessas perdas é insubstituível. Essas mulheres tinham sonhos, famílias e histórias que jamais serão apagadas.
Apenas em 2015 (18 casos) e 2016 (24 casos), os números foram menores que em 2024. A sanção da Lei 14.994 em 2024, que tornou o feminicídio um crime autônomo, trouxe esperança, mas ainda não conseguiu transformar a realidade de muitas mulheres.
Cidades Marcadas pela Tragédia
Os feminicídios de 2024 aconteceram em várias cidades da Paraíba, deixando comunidades inteiras de luto:
- João Pessoa: 4 casos
- Campina Grande: 2 casos
- Marizópolis: 2 casos
- Patos: 2 casos
- Outros municípios como Aparecida, São José de Piranhas, Bonito de Santa Fé, Cabedelo, Fagundes e Santa Rita também sofreram com essas perdas.
Em muitos desses casos, os agressores eram homens que tinham relação afetiva ou familiar com as vítimas. A violência não era apenas um ato isolado, mas a culminação de ciclos de abuso e ameaças.
Homicídios Dolosos e o Impacto na Comunidade
Além dos feminicídios, 41 mulheres foram vítimas de homicídios dolosos em 2024. Cada um desses casos carrega o peso da ausência, da dor das famílias e da necessidade de respostas.
Os meses de fevereiro e setembro foram os mais violentos, com 4 e 5 feminicídios registrados, respectivamente. Apenas em agosto não houve registros. Por trás desses números, estão histórias de mulheres que enfrentaram o medo diariamente.
Como Pedir Ajuda
Denunciar pode salvar vidas. Mulheres em situação de violência podem contar com canais de apoio que oferecem atendimento e segurança:
- 197: Disque Denúncia da Polícia Civil
- 180: Central de Atendimento à Mulher
- 190: Disque Denúncia da Polícia Militar (em casos de emergência)
Na Paraíba, o aplicativo SOS Mulher PB também está disponível para sistemas Android e iOS. O app possibilita denúncias por telefone, formulário ou e-mail. Todas as informações são enviadas diretamente ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que conduz as investigações.
Reflexão e Empatia
Cada mulher que perdeu a vida em 2024 tinha uma história. Eram mulheres que amavam, sonhavam e lutavam. Combatê-las à violência de gênero é uma responsabilidade coletiva. A sociedade precisa se comprometer com uma cultura de respeito, empatia e igualdade.
Que as histórias dessas mulheres não sejam esquecidas. Que seus nomes inspirem mudanças. E que, um dia, possamos viver em um mundo onde nenhuma mulher precise temer por sua vida simplesmente por ser mulher.
JRT News