“Sintonia” chega à quinta e última temporada em 2025. (Crédito: Helena Yoshioka/Netflix)
A Netflix Brasil reuniu jornalistas nesta quarta, 29, para apresentar alguns dos conteúdos que chegam à plataforma em 2025. Seguindo o exemplo do evento global realizado no mesmo dia, a vice-presidente de conteúdo da Netflix Brasil, Elisabetta Zenatti, destacou a busca por inovação. “A gente chegou até aqui pautada pela inovação. Inovação é uma expressão que a gente usa muito internamente. Ela é a essência da marca da Netflix. A gente sempre precisa pensar onde está inovando, em qualquer projeto que a gente faz”, afirmou Zenatti.
A executiva destacou o sucesso de “Senna”, série lançada no final de 2024 e que superou as expectativas, chegando a mais de 16 milhões de visualizações no Brasil e no mundo. “A gente conseguiu realmente fazer uma produção que não deve nada aos outros países e colocou a gente no mapa”, disse Zenatti.
Zenatti também mencionou o lançamento da segunda temporada de “Ilhados com a Sogra” e da última temporada de “Sintonia”, além de outros projetos que estreiam neste ano.
Questionada sobre o impacto da mudança política nos Estados Unidos e no mundo na produção de conteúdo, a head de conteúdo da empresa no Brasil afirmou que a Netflix não pretende desviar de sua tradição de inclusão. “A gente tem que entreter 700 milhões de pessoas no mundo, então a gente tem que atender todos os públicos e todos os gostos. Esse é sempre o nosso grande objetivo e não vai mudar por causa do cenário político”.
Sobre a inteligência artificial, a Netflix Brasil declarou que ela “faz parte da evolução tecnológica”. A empresa já utiliza a IA em seu sistema de recomendação e continuará aprimorando essa ferramenta. No entanto, Zenatti ressaltou que a Netflix precisa de criadores, que podem usar a IA para pesquisa e inspiração, mas não como substituta aos criadores.
Em relação aos direitos esportivos no Brasil, a Netflix afirmou que está “sempre analisando oportunidades também dentro do mundo esportivo”, mas que “neste momento” não tem planos para fazer transmissões esportivas ao vivo no país.
Por fim, a vice-presidente explicou a posição da Netflix sobre produzir localmente para o público local ou global. “A nossa estratégia é muito clara, a gente produz para o Brasil, para a urgência brasileira”, disse Zenatti. A Netflix complementa a oferta de conteúdo global com conteúdo local, no qual os brasileiros “precisam se ver na tela, se espelhar na tela”. Se o conteúdo também for assistido em outros países, é um bônus. A empresa não produz pensando em uma audiência internacional.
Além de “Ilhados com a Sogra 2” e o final de “Sintonia”, a Netflix Brasil anunciou diversos outros conteúdos que estreiam na plataforma em 2025, divididos em três categorias: não-ficção, filmes de ficção e séries de ficção.
Não-ficção
A diretora de conteúdo de não-ficção da Netflix no Brasil, Elisa Chalfon, destacou no evento os principais lançamentos da área, incluindo “Congonhas – Tragédia Anunciada”, um documentário sobre o acidente aéreo de Congonhas, que aconteceu em 2007 e foi um dos maiores da América Latina. O documentário envolveu mais de um ano de produção e conta com depoimentos reveladores sobre a tragédia. “Congonhas” é uma produção da Prodigo Films.
Outro destaque é “Baila, Vini!”, um documentário sobre o jogador de futebol Vini Jr., que acompanhou sua vida durante mais de um ano e mostra sua transformação em um dos maiores jogadores do mundo e uma referência na luta antirracista. “Baila Vini!” é uma produção da Conspiração Filmes.
O terceiro projeto de não-ficção é “Larissa: O Outro Lado de Anitta”, que revela a intimidade da cantora e mostra quem é a Larissa por trás da superstar. O documentário foi gravado ao longo de quase três anos e acompanha a cantora em sua jornada internacional. “Larissa: O Outro Lado de Anitta” é uma produção da Giros Filmes.
Chalfon afirmou que busca em documentários histórias que povoam o imaginário ou que tragam um acesso importante a algo que ainda não tenha sido visto.
Sobre a demanda por reality shows no Brasil, Chalfon disse que o mercado brasileiro tem um grande apetite por esse tipo de conteúdo e que a Netflix busca novos formatos, mas seguirá também com adaptações de internacionais.
Filmes
O diretor de filmes da Netflix Brasil, Gabriel Gurman, apresentou os principais lançamentos da área, incluindo “Caramelo”, o primeiro longa brasileiro dedicado ao icônico vira-lata. O filme é uma parceria com a Migdal Filmes e é estrelado por Rafael Vitti e o cachorro Amendoim.
Outro destaque é “O Filho de 1000 Homens”, adaptação do livro de Valter Hugo Mãe, com Rodrigo Santoro no elenco e direção de Daniel Rezende. O filme foi rodado na Chapada Diamantina e em Búzios. A produção é da Biônica Filmes.
A comédia “Família Pero No Mucho”, estrelada por Leandro Hassum e com elenco argentino, também está entre os destaques. O filme conta a história de uma família que viaja para Bariloche para conhecer a neve. O longa é uma produção da Camisa Listrada.
Gurman destacou o trabalho incansável da equipe em buscar novas produtoras, novos realizadores e novas formas de contar histórias.
Séries
A diretora de conteúdo para séries de ficção da Netflix no Brasil, Haná Vaisman, apresentou os principais lançamentos da área, incluindo a segunda temporada de “DNA do Crime”, que volta com mais ação e novos conflitos.
Outro destaque é a minissérie “Pssica”, baseada no livro de Edir Augusto e com direção de Fernando Meirelles e Kiko Meirelles. A série foi filmada em Belém do Pará e aborda temas como criminalidade e violência contra a mulher. “Pssica” é uma produção da O2 Filmes.
A nova série “Os Donos do Jogo”, que aborda o universo da contravenção carioca, também está entre os destaques. Com um elenco que inclui André Lamoglia, Chico Díaz, Giullia Buscacio, Juliana Paes, Mel Maia e Xamã, a série tem direção de Heitor Dhalia e é uma produção da Paranoid Filmes.
Segundo Vaisman, a audiência brasileira gosta muito de ver gêneros de crime e de ação. “Eu acho que a nossa indústria, pelo menos a indústria independente, se acostumou a produzir mais e a produzir bem nesses gêneros. Por isso temos facilidade de ter acesso a essas ideias, a essas realizações. Mas a gente está sempre procurando histórias que sejam mais leves ou que toquem em outras questões de relacionamento ou o próprio melodrama. Tem vários projetos que eu acho que trazem um pouco desse equilíbrio, que estão sendo preparados”, diz.
TelaViva