O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi a legenda que mais conquistou prefeituras entre os 103 municípios brasileiros com mais de 200 mil eleitores. Ao todo, a sigla venceu em 16 cidades, incluindo quatro capitais: Maceió (AL), Rio Branco (AC), Cuiabá (MT) e Aracaju (SE).
É a primeira vez em sua história que o partido conquista o feito. Em 2020, o PL levou apenas duas prefeituras em municípios desse porte. Em 2012 e 2016, quando ainda se chamava Partido da República (PR), venceu em duas e em quatro grandes cidades, respectivamente.
A disparada do PL nas Eleições 2024 tem relação com a filiação de Bolsonaro ao partido. O ex-presidente passou a integrar a legenda em novembro de 2021, enquanto ainda exercia o cargo de presidente do Brasil.
Outro destaque neste ano é o PSD, de Gilberto Kassab, que saltou de 4 prefeitos eleitos em grandes cidades em 2012 para 15 em 2024. O partido também é o líder de prefeituras no país, com 887 cidades, e nas capitais, com cinco (ao lado do MDB).
Veja quantas prefeituras cada partido conquistou em grandes cidades.
PT melhora, e PSDB derrete
O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, viu seu desempenho melhorar nas Eleições 2024. A legenda venceu em seis cidades com mais de 200 mil eleitores, o que representa um avanço em relação a 2020, quando elegeu quatro prefeitos.
O partido também quebrou um jejum de oito anos sem ganhar em uma capital. A sigla elegeu Evandro Leitão, em Fortaleza (CE), na decisão mais apertada entre as 26 capitais do país. A diferença entre Leitão e André Fernandes (PL) foi de apenas 0,76 ponto percentual (p.p.).
Ainda assim, o partido segue com desempenho muito abaixo do que registrou entre os anos 2000 e 2012, período em que figurou na disputa pelo maior número de prefeitos eleitos em todo o país — em embates diretos com o PSDB e o MDB (antes PMDB).
O PT foi a legenda que mais conquistou prefeituras em grandes cidades nos anos 2000 e 2008. O movimento de queda do partido começou em 2016, quando elegeu apenas um nome — queda expressiva em relação aos 17 registrados na eleição anterior, de 2012.
É um movimento de derretimento que se vê hoje com o PSDB. A sigla — que governou o estado de São Paulo por quase 30 anos e travou importantes disputas com o PT pelo protagonismo nacional — viu seu número de vitórias em cidades com mais de 200 mil eleitores despencar de 17 para cinco em 2024.
Esse é o pior resultado do PSDB desde o ano 2000, quando elegeu 11 prefeitos em grandes cidades. Sempre disputando o topo, a sigla conquistou o maior número de prefeituras neste segmento nas eleições de 2004, 2012, 2016 e 2020.
Os resultados negativos do PSDB acompanham a perda de relevância do partido no cenário nacional. Conforme mostrou o g1 já no primeiro turno das Eleições, a legenda despencou quase 70% em número de prefeitos em todo o país ao longo dos últimos 20 anos.
Uma mostra notável do problema foi o desempenho do PSDB em São Paulo. O candidato da legenda para a disputa na capital paulista, José Luiz Datena, obteve apenas 1,84% dos votos válidos no 1º turno, número menor do que o vereador mais votado da cidade.
O partido também não elegeu nenhum vereador na cidade. Foram lançadas 49 candidaturas para a Câmara Municipal.
Maior distribuição no topo
Entre os anos 2000 e 2020, os resultados mostraram uma disparada de poucos partidos em relação aos outros. Em 2024, a disputa pelo topo foi um pouco mais equilibrada. Pela primeira vez na história, cinco legendas conquistaram mais de 10 prefeituras em cidades com mais de 200 mil eleitores.
Para efeito de comparação, em 2016 apenas duas siglas conseguiram o feito: PSDB, que venceu em 29 municípios, e MDB, em 14.
A mudança de cenário — percebida em escala um pouco menor em 2020 do que em 2024 — coincide com o avanço do Centrão, junto com a perda de capilaridade do PT e do próprio PSDB.
O dados também mostram que o MDB é a sigla que mais manteve um equilíbrio de bons resultados. Entre 2000 e 2024, o partido sempre esteve entre as quatro legendas com maior número de prefeitos eleitos em municípios com mais de 200 mil habitantes.
G1