
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu nesta sexta-feira (7) a perda do poder de compra à “má administração” dos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Em entrevista à Rádio Cidade, de Caruaru (PE), ele destacou que os ex-presidentes não tiveram o compromisso de reajustar os salários mínimos acima da inflação e nem de corrigir a tabela do Imposto de Renda.
O que aconteceu
Haddad lamentou o reajuste inadequado do salário mínimo nos últimos anos. O ministro da Fazenda ressaltou que a remuneração mínima paga aos trabalhadores ficou “congelada” durante as gestões Temer e Bolsonaro. “Você não consegue corrigir sete anos de má administração em dois”, afirmou.
Ministro afirma que governo ‘bancou’ reajuste acima da inflação. Haddad defendeu que a correção real da remuneração básica foi assegurada pelo presidente Lula. “O salário mínimo estava em R$ 1.100 e já foi reajustado para R$ 1.518”, disse ao recordar as manifestações no Congresso contra as altas acima da inflação
Aumentar o salário mínimo é uma das formas de garantir que o trabalhador mantenha seu poder de compra.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Correção da tabela do Imposto de Renda também foi lembrada. Haddad afirmou que Lula corrigiu a tabela do Imposto de Renda, que estava congelada há sete anos. “O governo Bolsonaro cobrava impostos de quem ganhava até dois salários mínimos”, disse o ministro.
Compromisso é ampliar a faixa de isenção para R$ 5.000, diz Haddad. Segundo Haddad, a promessa de campanha do presidente Lula em estudos pela equipe econômica e pela Receita Federal tem a função de auxiliar as famílias a “enfrentar” o custo de vida.
Inflação
Titular da Fazenda prevê arrefecimento da inflação nos próximos meses. O ministro destaca a perda de força do dólar neste ano como determinante para a inflação futura no Brasil. “Apesar de sermos grandes exportadores, quando o produtor recebe mais, isso acaba tendo impacto nos preços internos.”
A política que estamos adotando para trazer o dólar em um patamar mais adequado vai ter efeito nas próximas semanas.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Safra recorde foi novamente citada como aliada por Haddad. O ministro reafirmou que as colheitas previstas para este ano podem conter a inflação de alimentos. “A partir de março vamos começar a colher essa safra recorde. […] Tem o ciclo do boi também, que está no final e isso tudo vai ajudar a normalizar essa situação [de inflação]”, avaliou.
Haddad reforçou ainda o impacto da reforma tributária sobre os preços. Ele destacou o papel da isenção do ICMS sobre os itens da cesta básica e das carnes a partir de 2027. “Alguns estados, sobretudo no Sudeste, cobram impostos sobre a cesta básica. E nós aprovamos uma reforma tributária para acabar com isso”, afirmou
UOL